Comece a semana bem informado com o resumo semanal da Agroconsult, o Agrovip. Fique por dentro de tudo.

As primeiras medidas econômicas do governo Lula devem anunciadas até quinta-feira, 12 de janeiro, pelo ministério da Fazenda. Tem algumas coisas que o mercado gostaria de ver. A principal delas são ações para diminuir o déficit público. Também se espera algum esboço da âncora fiscal que vai substituir o teto de gastos e um cheiro de como será tocada a reforma tributária.

Dois pontos sobre a safra brasileira. O primeiro: a colheita da soja precoce no Mato Grosso deve acelerar nos próximos dias. As equipes técnicas do Rally da Safra da Agroconsult já estão no campo para avaliar as lavouras. Não perca o evento de abertura da edição 2023 nesta quarta-feira, 11 de janeiro, às 17 horas. Para participar, inscreva-se no site www.rallydasafra.com.br.

O segundo ponto: ainda é preciso acompanhar o clima no Sul do país. A condição das últimas semanas foi boa o bastante para uma virada de ano menos preocupante para o produtor. Mas ainda precisa chover.

Para as autoridades da China, o pico da recente onda de covid já teria passado. É pelo menos um indício de que a reabertura da atividade econômica vai continuar seu rumo. Se for verdade, será um bom sinal para as commodities agrícolas.


SOJA I | Entre a seca argentina e o temor com o crescimento global 

Assim como no fim do ano passado, a seca na Argentina continuou sendo a principal preocupação para o mercado internacional de soja nos primeiros dias de 2023 – choveu menos do que o necessário nas últimas semanas e a previsão não é muito boa para os próximos dias. O plantio argentino ainda não foi concluído. Apesar disso, os preços na primeira semana do ano fecharam em queda na comparação com o último pregão de 2022 – os riscos para o crescimento global e o desconforto com a continuidade da pandemia de covid-19 tiveram um peso nesse resultado. No Brasil, os momentos de valorização do dólar de 1º a 6 de janeiro estimularam a comercialização. A colheita está no início, mas a chuva em algumas regiões dificulta um pouco o trabalho.

SOJA II | Participe da abertura do Rally da Safra 2023 

Acompanhe a apresentação sobre as perspectivas para a safra brasileira de soja no evento de largada do Rally da Safra 2023, que será apresentado pela internet nesta quarta-feira, 11 de janeiro, às 17h. Inscreva-se gratuitamente clicando no link a seguir (LARGADA DO RALLY DA SAFRA 2023). As primeiras equipes já estão rodando nesta semana, avaliando as lavouras de soja precoce no Médio-Norte e no Oeste do Mato Grosso.


MILHO | Queda na demanda para produção de etanol nos EUA 

Os preços do milho no mercado internacional subiram na última semana de 2022 – mas tiveram queda semanal de 4% na sexta-feira, 6 de janeiro. O recuo se deve à perspectiva de desaceleração econômica, entre outros aspectos, como a queda na demanda de etanol nos Estados Unidos.

No mercado brasileiro, as cotações também fecharam a primeira semana do ano em queda, em parte devido à grande disponibilidade do grão no país. As exportações brasileiras continuam firmes, mas na sexta-feira, (06) não houve negócios significativos para o exterior, enquanto no mercado interno ocorreu apenas uma pequena movimentação para o abastecimento de granjas.

Argentina: O plantio do milho na Argentina continua atrasado devido ao tempo seco. Não choveu o suficiente nas últimas semanas para amenizar a situação a previsão é pouca umidade e somente chuva isolada nos próximos dias.


ALGODÃO | Um mercado resistente

Os preços das principais commodities agrícolas fechou a primeira semana em queda, mas o algodão foi uma das raras exceções. Veja os motivos:

  • A alta do petróleo, que diminuiu a competitividade de fibras sintéticas como o poliéster.
  • A retomada na demanda chinesa, favorecida pelo relaxamento das restrições à movimentação – ainda que não se possa descartar as ameaças de que a situação volte a deteriorar se o número de casos de covid continuar crescendo.

O mercado agora aguarda as estimativas do USDA para a oferta e demanda global no relatório que deve ser publicado na quinta-feira, 12 de janeiro.


CANA I | Os preços do açúcar perderam sustentação

Após passar a segunda metade de novembro acima dos USD¢ 20 / libra-peso, o açúcar perdeu um pouco de força na primeira semana de janeiro e tem sido negociado mais perto dos USD¢ 19 / libra-peso.

Um dos fatores que pesou sobre as cotações foi o bom volume de chuvas do Centro-Sul do Brasil – que melhora as perspectivas de oferta. Outro aspecto importante foi a continuidade da isenção de alguns impostos sobre a gasolina no Brasil. Isso tirou a competitividade do etanol hidratado, fazendo com que as usinas continuem optando pela produção do açúcar.

O mercado continua com um forte inverso de 170 pontos entre o primeiro vencimento (março) e o julho, pico da safra brasileira. O que isso quer dizer: o mercado vê um aperto momentâneo na oferta, a ser normalizado com a entrada e normalização da safra brasileira.

CANA II | Verão frustrado para o etanol

As últimas duas semanas de 2022 foram marcadas por uma corrida das distribuídas para comprar etanol das usinas. Resultado: uma alta de 8% nos preços do hidratado, que bateu em BRL 2,8893 / litro, maior cotação desde julho. Havia a expectativa de que a tributação sobre os combustíveis fosse reinstituída com o início do novo governo, diminuindo a competitividade da gasolina para o consumidor. A essa altura, todo mundo já sabe que não rolou. Já na primeira semana do ano, com baixa liquidez e procura, o mercado recuou 2,8%. O anidro segue com comportamento mais estável e ficou praticamente estável, com ligeira queda de 0,3%.

Sem competitividade nas bombas durante o ano todo, a participação do hidratado é a pior desde 2017, quando os preços da gasolina ainda não eram alinhados à paridade internacional. Um prêmio de consolação: o mercado brasileiro de combustíveis manteve a recuperação. Em novembro o consumo cresceu quase 10% sobre o mesmo período no ano passado, retomando níveis equivalentes aos anteriores à pandemia. No ano, a alta acumulada foi de 5,3%.


CAFÉ | Um momento de baixa de preços

O ano passado foi bem complicado para o mercado de café. Subiram os custos com fertilizantes, defensivos, energia (incluindo combustíveis) e mão de obra, que andou escassa. Pois bem. Virada a página, o que o futuro nos reserva? Para começar, muitos fatores indicam uma tendência de baixa nas cotações:

  • Os preços do café em Nova York caíram 5% na primeira semana de ano – a queda é de 30% em relação aos USD¢ 240 por libra peso de janeiro passado.
  • Os estoques certificados da ICE continuaram aumentando nas últimas semanas e se aproxima de 1 milhão de sacas depois de vários meses: os números mais recentes mostram 830 mil sacas nos armazéns, enquanto outras 200 mil aguardavam certificação.
  • Choveu bem nas áreas produtoras de Mogiana (SP) e do Sul de Minas. A previsão é de mais chuva nos próximos dias – podem ocorrer tempestades que atrapalhem o manejo dos cafezais (no Espírito Santo, o tempo deve continuar firme).

Um fator que continua destoante é a produção colombiana, que fechou dezembro em 981 mil sacas, 29% abaixo do mesmo período de 2021. Ainda é um reflexo dos problemas causados pelo excesso de chuva – mas essa queda na produção já está sendo considerada pelo mercado.


TRIGO | Mudança de direção 

Os preços futuros do trigo na Bolsa de Chicago vinham em alta no final de 2022, passando de USD 7,29 para a máxima de USD 7,71 dólares por bushel entre 6 de dezembro e o último pregão do ano. Era um reflexo dos problemas na safra Argentina. O ano novo, porém, começou em baixa: os preços recuaram para USD 7,40 por bushel na quarta-feira, 4 de janeiro, e dali em diante se mantiveram estáveis, pressionados para baixo pelas notícias de boa oferta na Europa e na Rússia, que levou os fundos de investimento a saírem do trigo para comprar posições em soja e milho. No Brasil, os preços também recuaram.