Confira abaixo os principais acontecimentos que marcaram o agronegócio na semana do dia 15 a 19 de abril de 2024.

Com a divulgação da nova LDO na semana passada, o governo empurra meta de déficit zero para 2025 e não apresenta novas medidas para contenção de gastos públicos. Os investidores têm manifestado preocupações crescentes sobre a abordagem econômica do governo. Em relatório sobre 2023, o FMI listou o Brasil como o terceiro país mais endividado do mundo, com a dívida pública bruta representando 88,1% do PIB. E projetou essa mesma dívida para 96,2% do PIB em 2028. Toda essa situação contribuiu com uma desvalorização do real, que também está sendo pressionado em razão do aumento das tensões no Oriente Médio. Nossa moeda chegou a ser cotada em 5,27 BRL/USD, na última semana, numa depreciação de mais de 4% desde o começo do mês, mas cedeu um pouco até a última sexta. Apesar das notícias macroeconômicas não serem boas, essa mudança no cambio doméstico podem trazer benefícios aos produtores já que 100% da renda deles é dolarizada, mas nem todo o custo é atrelado a moeda americana.

Com um aumento de mais de 800% na produção de etanol de milho no Brasil nos últimos cinco anos, a indústria agora busca expandir os mercados para o DDG, subproduto do biocombustível composto por 32% de proteínas. O DDG fornece energia e minerais para nutrição animal, atendendo principalmente a bovinocultura de corte e de leite. Nos Estados Unidos é amplamente utilizado na alimentação animal, e o excedente é exportado para países como México, Coreia do Sul e Vietnã. Aqui no Brasil, apesar de o etanol seguir sendo o produto mais lucrativo das usinas, o DDG já é um subproduto que desempenha um papel importante na receita, cobrindo até 45% dos custos com aquisição de grãos. De olho nesses números, o Brasil planeja dobrar a produção de DDG até 2029/30, tendo a China como um mercado prioritário, seguido por outros países como Japão, Tailândia e Espanha.

O plenário da Câmara aprovou o regime de urgência para um PL que traz sanções para invasões ou ocupações de propriedades. Entre as medidas, o projeto prevê que invasores fiquem proibidos de ocupar cargos públicos e deixem de participar de programas sociais. Também existe previsão de sanções para ocupações de propriedades urbanas. Esse pedido de urgência ocorre em meio ao aumento das invasões de propriedades rurais pelo MST durante o chamado “Abril Vermelho”. Em abril o MST tradicionalmente realiza a Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, com ações por todo o país. Até o meio do mês, o movimento já comemorava 24 invasões em 11 estados. Deputados de oposição e da FPA celebraram a aprovação da urgência para o Projeto de Lei.

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